Gabriel Antônio dos Santos Cabral tinha mulher e uma filha de apenas 40 dias e segundo sua mãe, Maria de Fátima Santos, de 37, vinha tentando deixar esse grupo, mas sofria uma pressão muito grande e nos últimos dias vinha agindo de forma estranha. O corpo dele foi encontrado pela mulher sobre a cama do casal, depois que ela voltou do pernoite na casa da mãe, nesta quarta-feira. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados e os socorristas encontraram cinco cartelas vazias de um antidepressivo. Estima-se que o rapaz tenha ingerido dezenas desses comprimidos na noite anterior. O caso está sendo investigado na Delegacia Regional de Pará de Minas, onde o telefone celular da vítima está sendo periciado.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo que Gabriel participava está sendo investigado e foram encontrados participantes de todos os estados do Brasil com idades entre 10 e 20 anos. Gabriel foi enterrado nesta manhã sob muita comoção. Uma de suas irmãs chegou a desmaiar. Na família todos comentavam não esperar por esse tipo de desfecho, comentando que o rapaz era trabalhador, pagava as próprias contas de aluguel e da casa e estava planejando uma festa de aniversário para a filha, no fim deste ano.
A mãe conta que só soube sobre o jogo no último domingo (9), quando o próprio filho a contou sobre sua participação. “Pedi a ele para sair disso. Que isso era coisa do diabo, de quem tem pacto com o demônio e está coletando as almas dos outros. Ele disse que tentava sair, mas que as pessoas do grupo adicionavam ele de volta, atormentavam meu filho, ele não sabia mais o que fazer”, relata Maria de Fátima.
Segundo a mãe contou à polícia, o jovem disse que já tinha cumprido alguns desafios, como tirar uma fotografia assistindo a um filme de terror, filmar a ele mesmo no alto de um edifício e chegou a se cortar tentando desenhar uma baleia no braço com uma lâmina de barbear quebrada, desafio que não terminou. O remédio que ele tomou era uma prescrição médica para a insônia e a enxaqueca que o afligiam, segundo a mãe. “Ele tinha dificuldades para dormir e dores de cabeça, enxaquecas. O médico tinha prescrito e ele tomou tudo”, conta.
Como funciona - O jogo tem um curador ou moderador que distribui os desafios a partir de um grupo secreto onde os contatos são inciados pelo Facebook e whatsap. Entre os desafios estão provas mórbidas que de certa forma preparam os participantes para o suicídio.
São desafios típicos, por exemplo: escrever frases e fazer desenhos com lâminas na palma da mão e nos braços, assistir a filmes de terror de madrugada, subir no alto de um telhado ou edifício, escutar músicas depressivas, mutilar partes do corpo - como os lábios -, ficar doente, ir a uma estrada de ferro de madrugada, receber e aceitar uma data para a sua morte e cumprir essa missão.
Fonte: em.com.br